Na semana passada, anunciamos a aquisição da Quicko, uma startup que surgiu da união entre a CCR e a J2L em 2018, por outra empresa que ainda não tem dez anos de existência – a finlandesa MaaS Global.
Essa transação é mais um exemplo de uma tendência que surgiu nos últimos quatro anos, acelerou em 2021 e tem tudo para ganhar espaço ainda maior no mercado nos próximos anos. Startups, multinacionais e grandes conglomerados brasileiros vêm investindo pesado para incorporar startups brasileiras – com seus negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos – à sua estrutura.
A velocidade das transformações digitais, acelerada pela pandemia de Covid-19, criou uma cultura de urgência dentro das empresas em busca de inovação. Para não perder espaço no mercado, muitas delas, como Magazine Luiza, Via, B2W e Alpargatas, foram às compras em busca de soluções ágeis e criativas para problemas do dia a dia.
Dados do setor mostram que, de janeiro a novembro de 2021, foram feitos 227 M&As com startups. Empreendedores e investidores perceberam o grande e crescente potencial do mercado para startups refletidos em capitalizações privadas e públicas.
As startups brasileiras levantaram US$ 763 milhões em investimentos somente em fevereiro de 2022, segundo relatório Inside Venture Capital. Ao todo, foram 40 negócios fechados. Até agora, as startups do país já receberam um volume total de US$ 1,3 bilhão em 2022, em 91 aportes. Os setores com maior aquecimento desde o ano passado têm sido as de Fintechs, com US$ 567,6 milhões, HRtechs, com US$ 102 milhões, e Retailtechs, com US$ 17,2 milhões.
Os M&As permitem alcançar diversos objetivos de maneira rápida, como acelerar o crescimento e tornar mais robusta a participação de mercado no setor de atuação principal; expandir áreas de atuação; dominar mais etapas da cadeia de produção; cortar custos e aumentar a eficiência por economia de escala; e adquirir novos conhecimentos e talentos.
Não dá para destacar apenas um fator para o aumento de M&As envolvendo startups brasileiras. Trata-se de uma combinação de elementos. O setor de tecnologia se tornou o mais ativo entre fusões e aquisições porque há um uso cada vez mais disseminado da internet, por meio de smartphones e das redes sociais.
O negócio da startup precisa estar em estágio maduro, com produto integralmente validado e princípios sólidos de gestão, operação e crescimento, para despertar o interesse de outras companhias e investidores. O Brasil vem apresentando um grande número de empresas com esse perfil, as chamadas scaleups.
Essa história terá muitos novos capítulos e desdobramentos nos próximos anos. A conferir.
Saiba mais:
https://startups.com.br/noticias/quicko-e-adquirida-pela-finlandesa-maas-global-e-prepara-serie-c/