Blog

Reforma tributária: perguntas ainda sem resposta

Por Lúcio Otávio Ferreira 

Vamos falar sobre reforma tributária, do que já sabemos e do que ainda não sabemos. O texto aprovado pelos deputados e que passou à fase de análise no Senado traz à cena o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), em substituição aos tributos que incidem hoje nas três esferas de governo sobre a produção e o consumo de bens e serviços.

O IVA não é uma invenção brasileira – já é adotado em  170 países. Pelo sistema, cada etapa da cadeia produtiva paga o imposto referente ao valor que adicionou ao produto ou serviço, acabando com a bitributação. Assim, teremos, pelo menos em  teoria, maior transparência ao processo, tornando-o mais simples e reduzindo o peso da carga tributária para o consumidor final.

Penso que é consenso que o atual regime tributário é complexo demais, com sobreposição de tributos, que oneram tanto empreendedores quanto a população em geral. Com o atual sistema, há um claro prejuízo à produtividade e à competitividade das empresas.

Segundo estudo do Doing Business, do Banco Mundial, os empresários no Brasil desperdiçam, em média, 1.501 horas por ano só para organizar documentos, preencher guias fiscais e realizar pagamentos. Além do tempo, existem despesas corporativas com o pagamento de inúmeros assessores para dar conta de tantas exigências e cálculos.

Agora, com o texto em tramitação no Senado, a discussão maior na sociedade tem sido sobre a falta de clareza quanto ao valor da nova alíquota. Entre boa parte dos empresários com quem tenho conversado, o temor é de que a taxa fique muito acima dos 25% inicialmente projetados pela equipe econômica, podendo chegar a 30%.

O governo já levantou a hipótese de trabalhar com alíquotas provisórias, como um teste, num processo semelhante às etapas do URV na época da implantação do real. Mas não temos nada definitivo, o que, realmente, colabora para aumentar o grau de especulações em torno do tema e provoca apreensão.

Além disso, estamos acompanhando um grande número de tentativas de criação de exceções, sobre as quais seria aplicada a alíquota reduzida ou zero. E, como sempre, alguém vai ter que pagar essa conta. Quanto menor a base, maior a alíquota!

É preciso planejamento para que a nova alíquota não inviabilize atividades da economia, mas sim que haja uma melhora generalizada no ambiente de negócios, com novas perspectivas e oportunidades, diminuindo o risco Brasil e atraindo investidores internacionais.

One Response

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Higor Rocha

Head de M&A e Estruturação de Projetos da J2L Partners desde 2023

Profissional autodidata, analítico, comunicativo e orientado a resultados, tem sete anos de experiência, tanto em corporações financeiras robustas, quanto em startups inovadoras.

Formado em Engenharia Mecânica pela UFMG e candidato a certificação CFA (level 3), possui um histórico sólido de transações bem-sucedidas em diversos setores, incluindo serviços financeiros, tecnologia, saúde e bens de consumo. 

 

Pedro Lanza

Head Jurídico
da J2L Partners desde 2016

Experiência como advogado tributarista de escritórios de advocacia de renome nacional, como Machado Associados e Sacha Calmon Mizabel Derzi Consultores e Advogados;

Graduado em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos – MG e Pós Graduado em Direito Tributário pela GVLaw – SP;

Possui MBA em finanças pelo IBMEC

João Marcos Aleixo

Analista de M&A e Estruturação de Projetos
da J2L Partners desde 2023

Começou sua trajetória na J2L em janeiro de 2021 como estagiário, onde aprimorou suas habilidades e se familiarizou com os diversos aspectos do M&A. 

Sua paixão pela área e busca constante por conhecimento o levaram a se destacar e, em pouco tempo, se tornar um membro valioso da equipe. 

Nos últimos anos, participou de importantes transações nos setores de logística e saúde. 

Fora da J2L, João se envolveu em projetos acadêmicos que demonstram sua versatilidade e aptidão para negócios. Como membro da Escola de Negócios da UFRJ – Consulting Club, participou da criação e implantação do processo avaliativo para novos membros. 

Lúcio Otávio

Membro do Conselho de Administração ,
CEO e fundador da J2L Partners.

Mais de 30 anos de experiência em posições executivas

Trabalhou durante 14 anos no Grupo Andrade Gutierrez, sendo Diretor de Investimentos sua última posição

Foi membro do Conselho de Administração da Oi S.A. e da Santo Antônio Energia

Foi responsável pela estruturação de projetos como Hidrelétrica de Santo Antônio e Aeroporto de Quito – sendo esse último eleito pela revista Project Finance o Latin American Transport Deal of the Year no ano de 2006

Gestor de investimentos credenciado pela CVMGraduado em Administração pela FUMEC – MG e MBA em Finanças pelo IBMEC.

Líbano Barroso

Membro do Conselho de Administração e
fundador da J2L Partners, e CEO da Rodobens

Mais de 30 anos de experiência em posições executivas

Posições nos últimos 15 anos: Membro do conselho de Administração da Via Varejo, Estácio, Ri Happy e Intermédica. CEO da Via Varejo, Vice Presidência do Grupo Pão de Açúcar, CEO da TAM, CFO da LATAM Airlines, CEO da Multiplus e CFO da CCR

Responsável pela idealização e estruturação da Multiplus e da CCR (incluindo sua Oferta Pública Inicial), e pela fusão LAN/TAM

Graduado em Economia pela UFMG – MG, MBA em finanças pelo IBMEC e Pós-graduado em Direito Empresarial pela FGV.

João Lanza

Membro do Conselho de Administração e fundador da J2L Partners,
e Diretor-fundador da Mundinvest CTVM.

Mais de 40 anos de experiência no mercado de capitais

Posições nos últimos 15 anos: Membro do Conselho da BOVESPA, Membro do Conselho da BSM – BM&F BOVESPA (supervisão de mercados) e Presidente da APIMEC-MG

Gestor de investimentos credenciado pela CVM, responsável por administrar carteiras de clubes de investimento na Mundivest.

Graduado em Administração pela FUMEC – MG.